Fonte: Livox
A cidade de Caxias do Sul vem inovando e
está com um projeto piloto nas séries iniciais da Escola Municipal José de
Alencar. Tudo começou em abril de 2017, quando as professoras Aline Mauri
Mazzochi e Elisabete Debastiani Nora tinham em sua classe de 1º ano do ensino
fundamental alunos com TEA (Transtorno do Espectro Autista). As professoras já
utilizavam as ferramentas tecnológicas como apoio no processo de alfabetização.
Porém o desafio era utilizar algum aplicativo que promovesse a inclusão destes
alunos. Então, conheceram o programa Livox, que atendia as expectativas e era
apropriado para a faixa etária de 6 e 7 anos.
Segundo o Censo IBGE/2010, 45
milhões de brasileiros declararam possuir algum tipo de deficiência. Em Caxias
do Sul, 23% da população possui alguma deficiência, sendo a maioria deficiência
visual.
O Brasil tem até 2024 para universalizar, para a população de 04 a 17 anos, o
atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.
São 10 anos para cumprir a meta 4 do Plano Nacional de Educação (PNE).
Logo, o objetivo ao utilizar o programa
Livox é a inclusão do aluno que apresenta as deficiências citadas
anteriormente, fazendo com que o mesmo possa comunicar-se com maior precisão,
escrever e desenvolver-se com os demais colegas. Assim, através do programa é
possível comprovar que um
aluno com TEA ou com paralisia cerebral,
podem aprender e compreender o que passa ao seu redor, claro, respeitando seus
limites.
Assim, há 05 anos surgiu o
aplicativo Livox criado por Carlos Pereira, pai de Clara que apresentou
paralisia cerebral por conta de um erro médico no parto. Devido a necessidade
de se comunicar com a filha e não havendo ferramentas disponíveis em português,
resolveu trabalhar na criação deste programa. Este dispositivo, atualmente, é o
mais eficiente e competitivo aplicativo do mercado mundial para possibilitar a
comunicação de pessoas com doenças que interferem na fala, para que possam se
expressar e se socializar. A ferramenta cujo nome vem do latim e significa
liberdade e voz, facilitou a vida de muitas famílias.
O software vem de encontro com a
resolução CNE 019/2010 do município de Caxias do Sul – RS, que entende que a
educação inclusiva tem como prioridade gerar oportunidades de convívio social e
acesso aos bens públicos, desenvolvendo práticas de aprendizagem e de
convivência na divergência, sem pretender tornar os desiguais em iguais. Assim,
essa ferramenta tecnológica utilizada na escola pública, tem o intuito de
incluir os alunos portadores de deficiência na escola comum (regular).
Segundo a coordenadora pedagógica da
escola, Valentina Mauri Mazzochi “As famílias destas crianças tem apoiado muito
a iniciativa, pois com a popularização da tecnologia móvel, permitiu que tenham
acesso à escola comum, obtendo novas oportunidades”. O diretor da escola,
Francisco, também afirma: “ Na prática vivenciamos a inclusão além da escola: ligando contextos”.
A desvantagem do programa é que,
infelizmente, nem todas as escolas possuem computadores disponíveis ou mesmo
sala de recursos para atender o público em questão. Assim, as secretarias de
educação com o apoio do governo federal, devem sensibilizar-se na adoção desse
programa, tendo em vista que a inclusão somente será efetiva se as escolas
disporem dos recursos para tal.
O processo de inclusão somente será eficaz
se os recursos necessários forem disponibilizados e os profissionais da área da
educação forem capacitados para atuar com os alunos em questão.
Ao final deste ano, esta experiência
inovadora será avaliada pela comunidade escolar e a secretaria municipal de
educação. A intenção é que o projeto seja efetivado nas escolas gradativamente
e torne-se política pública no município.
Aline
Mauri Mazzochi e Elisabete Debastiani Nora
RU
1799413 e 1806747
Polo
– Caxias do Sul
Data
03/09/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário