A TECNOLOGIA A FAVOR DA INCLUSÃO
Por Gilvane Mekelburg da Conceição, RU
1238617
Polo: Caxias do Sul - RS
11/09/2017
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Desde 2 de Janeiro de
2016, quando entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão, escolas procuram
adpatar-se em todos os aspectos para receber alunos com qualquer tipo de
necessidade especial. Algumas escolas de forma mais rápida que outras, isso por
conta de: aspectos financeiros para as adpatações estruturais, também na
aquisição de recursos variados ou ainda, aspectos de formação de professores
tendo uma equipe preparada metodologicamente e didaticamente, sabendo utilizar esses
recursos. É preciso pensar na inserção desses alunos com qualquer tipo de
deficiência no ambiente escolar. Assim, esse pensamento norteia toda gestão
escolar: que adaptações precisamos fazer?
Para isso ser efetivo,
incluir, torna-se o objetivo. Buscar o auxílio de tecnologias que venham de
encontro para sanar essas dificuldades. Com os recursos tecnológicos, isso se
materializa em sala de aula, onde o desenvolvimento motor (amplo ou fino), seja
alcançado. Atividades pedagógicas que exijam atenção, concentração para resolução
de problemas devem ser pensadas.
Um recurso eficaz e que
tem sido muito bem aceito é a mesa
digital ou Play Table. Surgiu em
2013, no Brasil, em Blumenau, Santa Catarina, criada por Marlon Souza e seu
sócio, Jean Gonçalves. “O
foco era criar algo para as crianças brincarem enquanto os pais estão com algum
compromisso em local público ou até mesmo em algum estabelecimento comercial
como clínica ou restaurantes”, disse Marlon. Cada
unidade da PlayTable com a configuração de cinco jogos custa R$ 5,9 mil a
unidade. Já estão disponíveis mais de 60 jogos e livros digitais para a
plataforma.
Play Table é uma mesa
digital acessível a todos e por contar com a tecnologia infrared, reconhece o
toque humano e é sensível a objetos de plástico, feltro, metal, entre outros.
Todos aplicativos possuem níveis de aprendizado (fácil, normal e avançado). É
de fácil acesso a crianças com deficiência motora ou psíquica, é uma ferramenta
de inclusão digital e social. Permite atividades coletivas. A idade recomendada
é a partir de 3 anos, o que permite que crianças da educação infantil ou anos
iniciais a manuseiem. Os jogos e aplicativos do Play Table são fundamentados
nas diretrizes curriculares do MEC, tanto para educação infantil quanto para os
anos iniciais. Além dos assuntos específicos, os aplicativos desenvolvem o
raciocínio lógico, a memorização, a atenção, a paciência, a criatividade, a
resolução de problemas, as linguagens de expressão, e a coordenação motora,
deixando os alunos mais curiosos, observadores, concentrados e comprometidos.
Uma professora trabalha
na turma do 1o Ano (crianças com 6 anos), e já por um tempo, como
formação continuada, aprimorou-se em cursos de Educação inclusiva assim como
pesquisou diversas tecnologias que vem para amparar o seu trabalho. E a mesa
digital foi uma descoberta sugerida por ela, e foi adquirida pela escola onde
trabalha já há 6 anos. Especialmente nos anos iniciais, através do lúdico,
procura-se que todas as habilidades e potencialidades das crianças sejam desenvolvidas,
pensando sempre na inclusão de alunos com necessidades especiais . Sendo assim,
tendo como objetivo desenvolver os conteúdos de forma interdisciplinar, utiliza
para toda a turma e em especial, consegue perceber o desenvolvimento do aluno
que tem síndrome de down. Com a mesa digital, a professora trabalha a:
matemática, a língua portuguesa, a alfabelização, a coordenação motora (ampla e
fina) com o manuseio dos instrumentos como pincéis e caneta, a música
utilizando os jogos e aplicativos que ela possui. Esse aluno aprimora suas
habilidades de concentração, da sua linguagem através da leitura, consciência
vocálica, alfabetização, coordenação motora ampla e fina, etc. A professora
percebeu o quanto essa tecnologia facilita aquilo que já desenvolve na sala com
este aluno. É como se o que ficasse obscuro é traduzido pelos aplicativos que
são lúdicos e percorrem todas as expectativas de aprendizagem.
Sabe-se que qualquer
tecnologia vem como suporte, não devendo ser extinguidas atividades
corriqueiras de sala de aula como massinha de modelar, de pinturas livres e
dirigidas, contação de histórias e leitura de livros, músicas, interpretação,
etc. Um professor que utiliza somente um meio acaba limitando outras
possibilidades de aprendizagem no desenvolvimento das crianças. Ou seja, ficar
somente em torno da mesa digital não seria o recomendado, apesar dela promover
a socialização, a concentração entre outras coisas, não se compara com a
interação nas brincadeiras de roda, a concentração numa aula de educação
física, a coordenação motora que se desenvolve com expressões corporais.
Acredita-se que ela em excesso, acabaria limitando as outras expressões necessárias
para o desenvolvimento pleno de uma criança com necessidade psíquica ou motora,
por exemplo. O custo alto também é outro fator que talvez acabe impedindo dessa
tecnologia chegar as escolas. Mas quando se busca a inclusão, é necessário
investir em vários recursos sejam de própria construção ou comprando algo que
venha suprir as variadas necessidades. Acredita-se que nenhuma escola esteja
100 % preparada, mas a própria inserção dessas crianças, acaba realizando essa
habilitação. Pois cada caso é um caso. Não existem fórmulas. Existe o querer
que aplicado com dedicação traz essa experiência não só para o professor, mas
para toda a escola.
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