terça-feira, 5 de setembro de 2017




COMO UMA PRANCHA PODE LIBERTAR MUITAS VIDAS
Conheça o aplicativo que está dando voz ao silencio


Por Alexsander Weber Heger, RU 1725342

Polo – Caxias do Sul / RS

Data 05/09/2017



Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br

Um grupo multidisciplinar de profissionais e especialistas se uniu com um único objetivo, dar voz ao silencio de muitas crianças, jovens e adultos. Trata-se de uma plataforma digital que está levando novos conceitos e significados nas relações familiares, educacionais e de sociedade.

O projeto SCALA (Sistema de comunicação alternativa para letramento de pessoas com autismo), desenvolvido para favorecer a inclusão de pessoas com deficiência de comunicação. Trata-se de uma plataforma online de Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), disponível em três línguas.

O acesso ao projeto e plataforma está no scala.urfgs.br por via de computadores tabletes e celular, utilizando como ferramenta de apoio na educação inclusiva para pessoas com deficiências na comunicação gestual, oral, escrita e principalmente o autismo que não tenha alcançado expressão oral.

Como e por que essa notícia é muito importante?...

Veja abaixo:




O censo de 2010 comprova um número expressivo de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil, somente na região de Caxias do Sul 23,98% de toda população possui algum tipo de deficiência permanente. A importância do Scala nesse momento se torna imensa, pois o aplicativo será o elo de ligação na experiência entre alunos, pais, professores e comunidade.


A professora Renata Werner, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Pedro Alvares Cabral vai relatar como funciona tudo isso.




- Aqui na escola utilizamos o aplicativo nas aulas de faz de conta e nas de atividade produtivas, pois possuímos mais de 03 alunos entre sete e onze anos com necessidades especiais. Sabemos que o aplicativo pode ser utilizado para Paralisia Cerebral, Transtorno do Espectro Autista, Afasia, Microcefalia, Esclerose Lateral Amiotrófica, Síndrome de Down, Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outros.


O aplicativo possui pranchas, narrativas visuais, varreduras e áudios para personalização de vocabulário, construção de frases e criação de histórias, retorno visual e sonoro, interface minimalista e intuitiva pelos ícones de objetos e ações com a sugestão de pictogramas.


Dessa maneira conseguimos construir a aula de acordo com a necessidade do aluno para que ele consiga obter dentro desse ambiente as sinapses e cognição para atingir o resultado da comunicação e do que deseja. Com o acesso a comunicação, o aluno se apropria de signos culturalmente produzidos e passa a interagir, com isso se aproxima através de seus sentimentos e constrói sua personalidade, sua singularidade, passando a usufruir do conhecimento produzido historicamente e tem a oportunidade de deixar sua contribuição também nesse processo.


Aqui somos apenas os facilitadores nessa conexão com os signos e linguagem. O aplicativo nos passa esse poder de levar a voz ao silencio.

Por se tratar de uma plataforma gratuita, isso facilita também a interação dos pais nesse projeto, onde também podem criar um ambiente mais adequado para as relações com seus filhos. Além disso, a plataforma disponibiliza cursos a professores, pais e interessados em mudar sua mentalidade, postura e comportamento na comunicação e relação com portadores de necessidades especiais.


A única desvantagem percebida continua sendo o acesso aos recursos físicos e digitais, como computadores, tablets, smartphones, sinal aberto de internet para escolas e famílias com portadores de necessidades especiais.


Estruturas de salas inversas, necessárias para a evolução dessas pessoas, tanto quanto na escola e também em seus lares. Além de a própria estrutura das escolas para receber a comunidade e também treinamentos adequados e bem direcionados a todos os envolvidos no processo dessa nova sociedade. 


“Para as pessoas, a tecnologia tornas as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia tornas as coisas possíveis. ” (Radabaugh, 2001, p.13)


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