A CONEXÃO ENTRE
TECNOLOGIAS E A INCLUSÃO - DISLEXIA
Por Silvia Maria Vanassi Miglioranza,
1717730
Polo – Caxias do Sul
Data: 01/09/2017
Fonte: http://www.dislexclub.com/aplicativo-aramumo/
A dislexia é
compreendida como uma condição neurobiológica que provoca a dificuldade em
reconhecer os símbolos gráficos e os fonemas, assim como transformar signos
escritos em verbais. A dificuldade com as palavras, significado vindo da origem
grega da palavra dislexia (dis=dificuldade, lexia= palavra) está classificada
em dois tipos principais, baseadas na forma inata e aquela adquirida, resultado
de uma lesão no cérebro ou doença. Em síntese, a dislexia é um distúrbio de
linguagem, que provoca a dificuldade de leitura, soletração e escrita. Vale
lembrar que a dislexia é reconhecida pelas LDB, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996.
Durante o processo de
alfabetização, é importante que os professores alertem os pais ou responsáveis
quando perceberem ou suspeitarem de tal situação. A identificação precoce das
dificuldades causadas pela dislexia é fundamental. Os alunos apoiados e
ensinados de forma adequada, permanecem com a autoestima e sentem-se
encorajados em continuar com o processo de aprendizagem. A vida escolar entendida
e realizada de forma adequada as necessidades de cada um, proporciona um aprendente
incerido socialmente.
A habilidade tecnológica
atual das crianças, jovens e adultos é um fator que auxilia em atividades que
desenvolvam a alfabetização em disléxicos. É de fundamental importância proporcionar
formas alternativas para que alunos com dislexia desenvolvam a leitura e a
escrita. Aplicativos de celular fazem do aprendizado uma forma divertida e
atraente, já que a dificuldade pode assustar e permitir que alunos desistam das
tentativas no aprender.
O Aramumo é um aplicativo
desenvolvido por alunos do ITAbits, ITA Instituto Tecnológico da Aeronáutica, em
parceria com o instituto ABCD, organização da sociedade civil dedicada a iniciativas
que auxiliem de forma positiva brasileiros com dislexia. O jogo tem por
objetivo ajudar crianças com distúrbios de aprendizagem, principalmente
causados pela dislexia, onde as palavras cruzadas são descobertas com sílabas,
ao invés de letras. O diferencial do jogo é que os alunos conseguem ouvir as
sílabas que estão dispostas em bolhas que ficam se movimentando ao redor da cruzadinha.
Essa forma estimula os jogadores a completar a cruzadinha de forma correta. Quando
acertam, um sinal avisa e quando terminam a proposta, passam para outra fase,
aumentando o tamanho das palavras. É um desafio que instiga os aprendentes.
O aplicativo Aramumo foi
testado em uma sala de aula de 5º ano, na cidade de Caxias do Sul, em uma
escola da rede privada, que possuía dois alunos com dislexia. A disciplina
escolhida foi Língua Portuguesa e o trabalho iniciou antes mesmo de apresentar
aos alunos o conteúdo que seria trabalhado. O objetivo para a turma esteve
focado em relembrar a separação de sílabas que é vista nos anos anteriores,
como uma revisão, para em seguida trabalhar com a turma a classificação
silábica. O objetivo para com os alunos inclusivos foi o de aprender, de forma
lúdica a separação das sílabas, preparando para que a professora pudesse inserir
a classificação.
Como o aplicativo é habilitado
para android, a professora levou para a sala de aula tablets, onde em duplas, jogaram
pelo tempo determinado por ela. Após, o trabalho foi feito de forma orientada,
onde deveriam escolher palavras do aplicativo e transportá-las para o caderno,
primeiramente separadas em sílabas e em seguida unidas, formando uma palavra.
Todos os alunos puderam
participar, apresentando aos demais as palavras escolhidas e a professora
transcrevia para o quadro, deixando o espaço para depois apresentar a
classificação daquelas palavras. A
atividade proporcionou uma aula divertida, onde aqueles alunos disléxicos
conseguiram, dentro de suas limitações individuais, compreender e relembrar a
separação de sílabas e a formação das palavras. Através de uma atividade fácil,
a professora consegue auxiliar e deixá-los tranquilos com uma questão delicada,
conforma descrito acima. A utilização do aplicativo liberou o medo e
proporcionou uma proximidade daquilo que tanto incomoda e consequentemente
acaba prejudicando o aprendizados dos disléxicos.
A utilização de um
recurso tecnológico aproxima alunos e professores do objetivo central que é a
aprendizagem. Esse aplicativo poderia ser utilizado para produção textual, para
construção de frases, para localização de verbos, enfim é amplo para a
utilização em Língua Portuguesa. Poderia ainda ser adaptado para outras disciplinas,
como História, onde após o jogo, os alunos poderiam criar, em cima do conteúdo
trabalhado, o aplicativo em folhas de cartolina e em seguida ser trocado entre
os grupos, desafiando os colegas. A memorização e a pronúncia das palavras também
é um fator relevante, que pode ser explorado com o aplicativo.
Para os interessados em
conhecer o aplicativo Aramumo, este está disponível em Android de forma gratuita.
Será de muita utilidade e de grandes benefícios na aprendizagem para alunos
disléxicos. A utilização desta conexão entre tecnologia e o trabalho de
inclusão aparece para auxiliar professores e profissionais da área de educação.
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