sexta-feira, 1 de setembro de 2017

A Conexão entre Tecnologias e a Inclusão - Dislexia

A CONEXÃO ENTRE TECNOLOGIAS E A INCLUSÃO - DISLEXIA
Por Silvia Maria Vanassi Miglioranza, 1717730
Polo – Caxias do Sul
Data: 01/09/2017
                                       Fonte: http://www.dislexclub.com/aplicativo-aramumo/ 

A dislexia é compreendida como uma condição neurobiológica que provoca a dificuldade em reconhecer os símbolos gráficos e os fonemas, assim como transformar signos escritos em verbais. A dificuldade com as palavras, significado vindo da origem grega da palavra dislexia (dis=dificuldade, lexia= palavra) está classificada em dois tipos principais, baseadas na forma inata e aquela adquirida, resultado de uma lesão no cérebro ou doença. Em síntese, a dislexia é um distúrbio de linguagem, que provoca a dificuldade de leitura, soletração e escrita. Vale lembrar que a dislexia é reconhecida pelas LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996.


Durante o processo de alfabetização, é importante que os professores alertem os pais ou responsáveis quando perceberem ou suspeitarem de tal situação. A identificação precoce das dificuldades causadas pela dislexia é fundamental. Os alunos apoiados e ensinados de forma adequada, permanecem com a autoestima e sentem-se encorajados em continuar com o processo de aprendizagem. A vida escolar entendida e realizada de forma adequada as necessidades de cada um, proporciona um aprendente incerido socialmente.


A habilidade tecnológica atual das crianças, jovens e adultos é um fator que auxilia em atividades que desenvolvam a alfabetização em disléxicos. É de fundamental importância proporcionar formas alternativas para que alunos com dislexia desenvolvam a leitura e a escrita. Aplicativos de celular fazem do aprendizado uma forma divertida e atraente, já que a dificuldade pode assustar e permitir que alunos desistam das tentativas no aprender.


O Aramumo é um aplicativo desenvolvido por alunos do ITAbits, ITA Instituto Tecnológico da Aeronáutica, em parceria com o instituto ABCD, organização da sociedade civil dedicada a iniciativas que auxiliem de forma positiva brasileiros com dislexia. O jogo tem por objetivo ajudar crianças com distúrbios de aprendizagem, principalmente causados pela dislexia, onde as palavras cruzadas são descobertas com sílabas, ao invés de letras. O diferencial do jogo é que os alunos conseguem ouvir as sílabas que estão dispostas em bolhas que ficam se movimentando ao redor da cruzadinha. Essa forma estimula os jogadores a completar a cruzadinha de forma correta. Quando acertam, um sinal avisa e quando terminam a proposta, passam para outra fase, aumentando o tamanho das palavras. É um desafio que instiga os aprendentes.


O aplicativo Aramumo foi testado em uma sala de aula de 5º ano, na cidade de Caxias do Sul, em uma escola da rede privada, que possuía dois alunos com dislexia. A disciplina escolhida foi Língua Portuguesa e o trabalho iniciou antes mesmo de apresentar aos alunos o conteúdo que seria trabalhado. O objetivo para a turma esteve focado em relembrar a separação de sílabas que é vista nos anos anteriores, como uma revisão, para em seguida trabalhar com a turma a classificação silábica. O objetivo para com os alunos inclusivos foi o de aprender, de forma lúdica a separação das sílabas, preparando para que a professora pudesse inserir a classificação.


Como o aplicativo é habilitado para android, a professora levou para a sala de aula tablets, onde em duplas, jogaram pelo tempo determinado por ela. Após, o trabalho foi feito de forma orientada, onde deveriam escolher palavras do aplicativo e transportá-las para o caderno, primeiramente separadas em sílabas e em seguida unidas, formando uma palavra.


Todos os alunos puderam participar, apresentando aos demais as palavras escolhidas e a professora transcrevia para o quadro, deixando o espaço para depois apresentar a classificação daquelas palavras.  A atividade proporcionou uma aula divertida, onde aqueles alunos disléxicos conseguiram, dentro de suas limitações individuais, compreender e relembrar a separação de sílabas e a formação das palavras. Através de uma atividade fácil, a professora consegue auxiliar e deixá-los tranquilos com uma questão delicada, conforma descrito acima. A utilização do aplicativo liberou o medo e proporcionou uma proximidade daquilo que tanto incomoda e consequentemente acaba prejudicando o aprendizados dos disléxicos.


A utilização de um recurso tecnológico aproxima alunos e professores do objetivo central que é a aprendizagem. Esse aplicativo poderia ser utilizado para produção textual, para construção de frases, para localização de verbos, enfim é amplo para a utilização em Língua Portuguesa. Poderia ainda ser adaptado para outras disciplinas, como História, onde após o jogo, os alunos poderiam criar, em cima do conteúdo trabalhado, o aplicativo em folhas de cartolina e em seguida ser trocado entre os grupos, desafiando os colegas. A memorização e a pronúncia das palavras também é um fator relevante, que pode ser explorado com o aplicativo.



Para os interessados em conhecer o aplicativo Aramumo, este está disponível em Android de forma gratuita. Será de muita utilidade e de grandes benefícios na aprendizagem para alunos disléxicos. A utilização desta conexão entre tecnologia e o trabalho de inclusão aparece para auxiliar professores e profissionais da área de educação.

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